quarta-feira, 28 de maio de 2008

Iracema





















A bela Iracema, era filha de Araquém, pajé da tribo Tabajara, e conta a lenda que deveria manter-se virgem porque "guardava o segredo da jurema e o mistério dos sonhos". Um dia, Iracema encontra no meio da floresta Martim, que se perdera de Poti, amigo e guerreiro Pitiguara - uma tribo inimiga dos Tabajaras. Perdido do amigo, no meio de uma caçada, Martim é levado por Iracema à cabana de Araquem, que o abriga.

A doce virgem sai de seu banho e descansa na sombra de uma oiticica, os ramos da acácia silvestre perfumam seus cabelos negros e ainda úmidos. Ela sem perceber, brinca com sua companheira e amiga, Ará, quando de repente, avista Martim bem à sua frente a contempla-la. Num susto enorme elas fogem, de volta à tribo, porém sua chegada, a de Ará e logo depois a de Martim, causam rumores na aldeia, tendo suspeita até do Pajé que adverte "se a virgem abandonou ao guerreiro branco a flor de seu corpo, ela morrerá". Martim nega que a viu nas cachoeiras e recolhe-se para descansar. Mas, o coração de Martim já pertence à Índia Guerreira e completamente apaixonado pede à Iracema o vinho de Tupã. O vinho provoca fortes alucinações, permitindo que em sua imaginação Martim possuísse Iracema, como se fosse realidade. Iracema lhe dá o vinho e também se imagina sendo possuída pelo seu amado, sendo assim, torna-se sua esposa! Martim é ameaçado de morte pelo enciumado guerreiro Irapuã, que tenta invadir a cabana de Araquém, para matar Martim Soares. Araquém, adverte Irapuã e lhe diz que Tupã puniria quem machucasse seu hóspede e coloca Caubi, irmão de Iracema para proteger a entrada da cabana, dos guerreiros de Irapuã. Iracema, vendo o possível destino de Martim, corre para a floresta, encontra Poti e planeja de seu amado.

Numa certa noite, Iracema leva Martim para bem longe de sua tribo, quando já estão em terras Pitiguaras, Iracema revela à Martim que ela agora é sua esposa e deve acompanhá-lo. Entretando, os Tabajaras descobrem que Iracema traíra Samboretemba, o segredo da jurema e perseguem os fugitivos. Os Pitiguaras, são avisados por Poti do ataque dos Tabajaras e é travado um sangrento combate, com a própria Iracema lutando contra sua própria tribo. Os Pitiguaras ganham a luta e Iracema se entristece pela morte de seus irmãos de tribo. Sendo assim, Iracema passa a morar no Litoral com Martim e Poti. Iracema fica grávida e ressente-se de seu marido Martim, que se ausenta com muita frequencia em caçadas e batalhas contra os inimigos dos Pitiguaras.

Enquanto Martim permanece afastado do lar, nasce seu filho, que Iracema chama de Moacir, que significa " nascido do meu sofrimento". Solitária e saudosa, Iracema sente dificuldades em amamentar seu filho. Desfalecida por uma tristeza profunda, Iracema, fica à beira da morte após 8 luas (8 meses) sem a presença de Martim. Com a chegada de seu esposo, ela entrega seu filho, deita-se na rede e morre, consumida pela dor. Poti e Martim a enterram à beira de um rio, ao pé de um coqueiro. Sendo assim, Martim partiu das praias do Ceará levando seu filho, voltando alguns anos depois, acompanhado de outros homens brancos, inclusive um sacerdote, para plantar a cruz na terra selvagem, começando a colonização.

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